
O Café Filosófico foi realizado na última quarta-feira (17), no auditório da Unifat. O evento, promovido pelos colegiados de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, teve como tema “IA e a criatividade humana”. A programação contou com debates e muita reflexão sobre os impactos da tecnologia na comunicação. O público participou ativamente, fazendo perguntas aos palestrantes e tornando o encontro ainda mais dinâmico.
A abertura contou com o lançamento da revista Poesia em Feira de Santana, produzida por estudantes do 2º semestre de Jornalismo e Publicidade da Unifat. Inspirada na trajetória da escritora Cláudia Gomes e com a participação das jovens poetas Luz Kieza, Luma Eduarda e Rebeca Cirino, a publicação surgiu como um trabalho acadêmico, mas ultrapasou os limites da sala de aula ao alcançar escolas públicas, com a proposta de inspirar adolescentes e até servir como material didático.

A atividade principal da noite foi o debate que reuniu a jornalista Eveline Cordeiro, o publicitário Peterson Carvalho e o professor de inteligência artificial Ângelo Loula. Cada convidado trouxe perspectivas distintas sobre o tema. Eveline ressaltou que, embora a IA facilite tarefas como a transcrição de entrevistas, ela jamais substitui a sensibilidade humana. Segundo a jornalista, a qualidade da resposta da IA depende diretamente da qualidade da pergunta, mas destacou que seus clientes ainda preferem textos produzidos por pessoas.
Ângelo Loula chamou atenção para riscos e limitações da tecnologia, como os erros gerados por traduções automáticas e a possibilidade de manipulação por parte dos usuários. “A tecnologia mente ao inventar informações, por isso cada conteúdo precisa ser revisado e filtrado”, alertou.
Já Peterson Carvalho reforçou que a criatividade é um dom exclusivamente humano. Para ele, agências são procuradas justamente pela originalidade, pela empatia e pela visão crítica que só pessoas podem oferecer. O publicitário ainda destacou a importância do comprometimento dos profissionais, observando que parte da mão de obra atual se apoia na expectativa de substituição por máquinas, em vez de assumir responsabilidades.

Entre os estudantes presentes, o debate também gerou impressões valiosas. Lucas Silva, do 2º semestre de Publicidade e Propaganda, destacou a fala de Peterson sobre a insubstituibilidade da criatividade. “Apesar de estarmos na era da Inteligência Artificial, ela nunca será capaz de substituir 100% o trabalho de um bom profissional. Não adianta ter a ferramenta se não houver alguém capacitado para conduzir o processo”, afirmou. Para ele, a IA pode apoiar, mas sempre dependerá do olhar crítico humano: “Se eu gero uma peça gráfica, preciso saber usar a ferramenta e revisar o resultado. Caso contrário, seria apenas um conteúdo avulso.”
Já Maria Clara, estudante do 2º semestre de Jornalismo, comentou a palestra de Eveline Cordeiro, que abordou o uso da IA no jornalismo. “Percebi como a inteligência artificial pode melhorar o trabalho, principalmente nas agências. Ela pode ser incorporada ao dia a dia como uma ferramenta útil, que vem para ajudar e impulsionar, e não apenas ser vista pelo lado ruim”, disse.
O Café Filosófico foi considerado um sucesso, tanto pela qualidade dos palestrantes quanto pela participação ativa do público. A distribuição de brindes no final da noite deixou o clima mais leve, mas as discussões trouxeram reflexões profundas sobre os limites e as possibilidades da inteligência artificial. Mais do que um encontro acadêmico, o evento reforçou a importância da criatividade humana em tempos de transformação digital e incentivou os futuros profissionais a pensar sobre o uso ético da tecnologia.

Texto de Rebeca Cirino e Fernanda Teles (estudantes de Jornalismo)
Confira fotos do evento: https://encurtador.com.br/2wytK
Assista a reportagem feita por um de nossos alunos de Jornalismo: